Arqueologia Subaquática

CMC

 

 
O Núcleo de Arqueologia Subaquática da Câmara Municipal da Cascais tem como missão a localização e protecção de sítios, a criação de itinerários subaquáticos, para um melhor conhecimento da história marítima e comercial de Cascais.
 
 

Ao longo da história, o mar de Cascais foi o palco de episódios marítimos – acidentes, ataques, afundamentos – que resultaram em naufrágios, e que constituem hoje autênticas jazidas arqueológicas debaixo de água. Em Cascais, os arqueólogos subaquáticos têm-se dedicado a fazer o levantamento destes locais, elaborando uma carta arqueológica.

Carta Arqueológica Subaquática do Concelho de Cascais

Uma carta arqueológica é uma ferramenta de investigação que consiste na recolha permanente, sistemática e exaustiva de toda a informação sobre o património arqueológico, quaisquer que sejam as suas fontes (orais, escritas, iconográficas ou outras). Um inventário deste tipo é uma ferramenta de pesquisa essencial, uma vez que, sendo a principal forma de definir ocorrências, também um utensílio precioso para a definição de problemáticas, estratégias, politicas e prioridades.
O modelo proposto para a gestão do Património Cultural Subaquático do concelho de Cascais abarca o ciclo completo das acções inerentes na prática arqueológica subaquática: documentação, investigação, intervenção, conservação e protecção do património, culminando na divulgação da investigação levada a cabo.
  
O conhecimento actual da costa de Cascais permitiu identificar três sítios arqueológicos com contextos de naufrágio perfeitamente coerentes e homogéneos. O sítio do Cabo Raso, local de naufrágio do navio florentino Grande Princesa da Toscânia, em 1696; o sítio de São Julião da Barra onde naufragou a presumível Nau Nossa Senhora dos Mártires, em 1606; e o local de afundamento do Clipper Pedro Nunes, ex-Thermopylae, em 1907.
Este trabalho de pesquisa permitiu igualmente estabelecer áreas onde existem testemunhos arqueológicos dispersos, que potenciam a eventual existência de naufrágios que, por várias razões, não foram ainda identificados, e que, por isso, necessitam de confirmação e estudo.

O trabalho sobre o património arqueológico subaquático tem sido tratado dentro desta plataforma técnico-científica, concentrando os esforços e elegendo as seguintes prioridades e objectivos estratégicos:

O desenvolvimento de ferramentas que permitam combinar toda a informação relacionada com os bens culturais submersos:

  • Adaptação de módulos específicos integrados no sistema de gestão de informação InPatrimonium, baseados na informação histórica e arqueológica;
  • O armazenamento de dados históricos que permitiu uma primeira análise percentual das ocorrências, do tipo de navio, das zonas de naufrágios e acidentes marítimos ao longo da costa de Cascais. No caso da informação arqueológica, optou-se pela sua divisão em dois grupos, o primeiro, os artefactos recolhidos e o segundo, os achados isolados e achados complexos in situ;

As intervenções no terreno:

  • Geoposicionamento dos sítios arqueológicos subaquáticos tendo como ponto de partida a Base de Dados Endovélico do IGESPAR, IP, a informação oral e histórica;
  • Avaliação e monitorização do sítio arqueológico Pedro Nunes, ex- Thermopylae, que resultou no levantamento arqueográfico em baixa resolução, o que permitirá, no futuro, a sua monitorização com recurso a visualização directa, escafandro autónomo, ou indirecta através do levantamento geofísico sucessivo;

A divulgação e desenvolvimento da participação pública na salvaguarda o património cultural subaquático numa perspectiva de sustentabilidade patrimonial e lúdica:

  • Lançamento do livro Thermopylae – História do Navio Mais Veloz do Mundo, versando sobre a história deste mítico navio, desde a sua construção até ao seu afundamento, na baía de Cascais e a sua redescoberta após cem anos
  • Realização do Workshop de Introdução à Arqueologia Subaquática Para Jovens. O principal objectivo foi sensibilizar esta faixa etária para a importância do Património Cultural Subaquático, proporcionando o enriquecimento pessoalatravés do aumento de capacidade de desfrutar os vestígios do passado e o seu meio envolvente, a tomada de consciência do que deve ser ou não feito para preservar e perpetuar esta herança, e a sensibilização para o facto de que qualquer actividade intrusiva, incidindo sobre este património, só deve e pode ser realizada de acordo com todos os requisitos científicos, profissionais e legais.
 

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